Por Edilberto Sena e Darcilene Godinho - Movimento Tapajós Vivo
O
encontro foi promovido pela Rede
Eclesial Pan-Amazônica, REPAM e CIMI –
Conselho Indigenista Missionário. Estavam
presentes representantes de 16 povos indígenas da bacia do rio
Tapajós , etnias do Mato Grosso e 18 representantes de entidades
companheiras, aliadas e parceiras, entre elas o Movimento
Tapajós Vivo.
Dois grandes líderes Munduruku presentes, o Cacique Geral, Arnaldo
Kabá e Cacique Juarez. O bispo da Prelazia de Itaituba também
acompanhou todo o encontro.
O
Encontro de diálogo tinha objetivo de ampliar a relação entre a
REPAM/Igreja e povos indígenas. Começou na sexta feira pela manhã
e foi até domingo 17 horas. A dinâmica do encontro seguiu um
roteiro de relatos de experiências, a REPAM iniciou com uma
exposição sobre o que é, porque está na Amazônia, e o que
pretende e como continuar apoiando as lutas dos povos indígenas. Em
seguida, alguns líderes indígenas tomaram a palavra para agradecer
o apoio e dizer que só unidos poderemos derrotar a cobra de várias
cabeças que é o sistema capitalista invadindo nosso território.
O
secretário geral do CIMI nacional, Cleber Busato, fez uma longa e
esclarecedora exposição sobre o desafio de enfrentar a cobra de
várias cabeças, que quer destruir os povos indígenas e povos
tradicionais da Amazônia. Mostrou como o governo federal se dispõe
a acabar com a força da FUNAI, com a criação de leis de invasão
de território indígena, para mineração e agronegócio, etc. E
estimulou aos povos indígenas se fortalecerem na união e
estratégia de auto defesa.
VÁRIOS
depoimentos de indígenas das DIVERSAS partes da bacia do Tapajós,
especialmente do Teles Pires e do Juruena foram ouvidas Em seguida a
professora Liz Pereira, doutora em biologia e professora do IFPA em
Itaituba, fez uma exposição sobre o Mercúrio nas águas do
Tapajós, seu funcionamento e os riscos de quem come peixe com frequência. Ela mesma se diz contaminada por mercúrio, porém
está em tratamento. Falou que o Instituto
Evandro Chagas é
o mais competente instituto de análise sobre mercúrio do país.
Após essa exposição, dona Socorro, líder de São Luiz do Tapajós, contou que os pesquisadores do Evandro Chagas deram um
grande susto em todos os moradores de São Luiz. Após fazerem
análise de cabelos e sangue de todos os moradores foram embora e
certo dia sai notícia na televisão que todos estavam contaminados.
Foi muito choro e desespero dos moradores. Logo em seguida veio lá
uma pesquisadora da UFPA refazendo novas analises e a informação
que chegou na comunidade era que ninguém corria perigo. Afinal,
quem falou a Verdade, o Instituto Evandro Chagas ou UFPA? O certo é
que não morreu ninguém por mercúrio ainda em São Luiz.
Santarém,
09 de outubro de 2017
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