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NOTA PÚBLICA



O Movimento Tapajós Vivo repudia o que os vereadores e o prefeito de Santarém estão fazendo com a população, ao entregarem (em nome de quem?) o Lago do Maicá para uma empresa particular fazer do lugar um complexo portuário exportador de soja, PREJUDICANDO consideravelmente a exuberante natureza, as populações do entorno que vivem integradas ao ambiente, e também atividades econômicas sustentáveis, como a pesca e o turismo.

No dia 24 de novembro de 2017, na Conferência Municipal convocada pela prefeitura, em plenária com mais de 700 pessoas, que representavam diversas organizações e comunidades, foi aprovada a revisão do Plano Diretor. Na ocasião, duas propostas divergentes e relacionadas à questão portuária foram apresentadas. Numa delas, o agronegócio queria para si o Lago do Maicá, especificamente para a construção de um complexo portuário. Na outra proposta, defendida pela sociedade civil organizada e pelos movimentos sociais, priorizava-se o Lago do Maicá como área de pesca artesanal, turismo de base comunitária e também para embarque e desembarque de pequenos barcos. E foi esta segunda proposta a aprovada pela ampla maioria das pessoas presentes, em sintonia com as regras e com a dinâmica do Plano Diretor Participativo (PDP) que estava sendo conduzido pela própria prefeitura de Santarém, durante o ano de 2017.

Na sequência, a revisão do Plano Diretor, na forma de Projeto de Lei, seguiu para a Câmara Municipal. Essa casa legislativa segurou o projeto por quase todo o ano de 2018, até que, em dezembro, às vésperas do recesso parlamentar, veio o golpe. Em um único dia, de sopetão, os vereadores de Santarém alteraram o documento final de revisão do Plano Diretor Participativo (PDP), que fora construído, debatido e aprovado pela sociedade. E exatamente a proposta do agronegócio, que havia sido derrotada na plenária do PDP, foi recolocada no texto final, substituindo a proposta originalmente aprovada, que previa o Maicá vivo.

O anúncio de que o prefeito Nélio Aguiar irá sancionar esse Projeto de Lei conforme recebeu dos vereadores, com o Maicá entregue aos interesses de uma empresa privada chamada Embraps, e indo contra o que foi democraticamente encaminhado nas plenárias do Plano Diretor Participativo, é uma demonstração de insensatez. Abrir mão do Maicá, com toda a sua importância social, cultural, turística, econômica e ecológica, em troca de vantagens restritas ao agronegócio exportador, como se este setor fosse a única alternativa para Santarém, é algo que não permitiremos. O Maicá hoje é nossa bandeira. Nélio, de que lado você está?

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