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Roda de conversa aborda experiências e vivências em energias renováveis no Baixo Tapajós


“O projeto Irmão Sol da Paróquia São Francisco de Assis foi uma das experiências partilhadas; a igreja foi a primeira a usar a energia solar em Santarém”.

Por Daniela Pantoja

O Projeto Tapajós Solar coordenado pelo Movimento Tapajós Vivo, em parceria com o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social e Cáritas Brasileira, com apoio da Misereor, promoveu na manhã da terça-feira (30), em Santarém, uma roda de conversa sobre “Experiências e vivências em energias renováveis no Baixo Tapajós”.
A atividade teve como objetivo sensibilizar as lideranças das comunidades contempladas com as unidades do projeto, sobre a energia solar urbana/rural e o uso racional desta energia por meio de capacitação, oficinas e encontros pedagógicos.
Participaram da programação representantes da Casa Familiar Rural de Santarém e Belterra, Sindicato do Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém e Belterra, Feagle, Movimento Tapajós Vivo além da Fase Amazônia.

Os assuntos dialogados foram: a questão hídrica e os desafios das mudanças climáticas para a Amazônia; Hidrelétrica de São Luiz: ameaças às comunidades tradicionais; além das experiências partilhadas sobre a mineração e a resistência dos povos do PAE Lago Grande; e de entidades que já utilizam a energia solar na região.

Gestora Ambiental Sabrina Santos/ Foto: Daniela Pantoja
A Gestora Ambiental Sabrina Santos, destacou que as mudanças climáticas tem um fator que gera impacto ambiental que é a questão das próprias hidrelétricas, e isso acaba refletindo nessas mudanças de forma negativa. “A energia solar vem com uma proposta de viabilizar que além da hidrelétrica como fornecimento de energia pode se utilizar outro recurso ambiental, como a questão de incidência solar para abastecimento de energia”. Este assunto chamou bastante atenção da Rosiane Conceição, que mora na Comunidade Santa Cruz, a 17km de Belterra, município vizinho de Santarém. Para ela, a proposta do Projeto Tapajós Solar vai ser muito bom para a comunidade. “Eu gostei bem das palestras, essa energia que nós temos lá é muito ruim pra nós, é um gasto que às vezes a gente nem tem condições de pagar. Pra nós lá na comunidade vai ser bom”.
Uma das experiências partilhadas foi quanto ao uso da energia solar na Paróquia São Francisco de Assis, a primeira igreja em Santarém a utilizar as placas fotovoltaicas.

Adna Monteiro, representante da Paróquia São Francisco de Assis
A representante da igreja e leiga Adna Monteiro, destacou que a iniciativa já está se expandido em outras paróquias da região. “Nós fomos a primeira paróquia que encarou digamos assim o projeto. Hoje nós temos aqui em Santarém uma paróquia que está em teste e já estão usando a energia, temos também na cidade de Monte alegre a Paróquia São Francisco de Assis, e outras estão fazendo orçamento, se programando, estão levantando aquele primeiro valor para também fazer esse investimento”, declarou Adna.

Paróquia São Francisco de Assis/ Foto: Daniela Pantoja
Ela destacou também a satisfação em já poder colher os frutos desse investimento e a boa recepção por parte dos fiéis ao Projeto ‘Irmão Sol’. “É um investimento alto, mas isso foi muito bem trabalhado e acolhido pelos nossos fiéis e pelas pessoas que frequentam. Hoje nós ainda estamos pagando, temos ainda cerca de dois anos para colher realmente o fruto desse investimento. A nossa redução foi de R$12.000 R$ 13.000 para R$318,00 então esse dinheiro já é investido no pagamento da nossa energia. É um investimento que a principio ele pode ser difícil, mas à medida que você ver o retorno, você fica satisfeito”.

Para a Presidente da Casa Familiar Rural de Santarém, Marilene Rodrigues o Projeto Tapajós Solar vai contrapor a implantação de hidrelétricas na região. “Esse projeto vai facilitar a nossa vida, a questão da irrigação, da energia pra dentro do nosso espaço isso é muito importante. A gente sente que o estado não dar esse apoio e a gente como movimento social, vamos contrapor esse projeto que falam que vem para a nossa região. A nossa região não precisa desse tipo de energia que vem dar suporte a esses grandes projetos”.


Participantes da roda de conversa



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