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Avaliação da Temporada 2020 do Movimento Tapajós Vivo (MTV)

No dia 05 de dezembro de 2020, militantes do Movimento Tapajós Vivo estiveram reunidos para avaliar o desempenho do coletivo durante o ano. 

Por: Allan Hills


A ideia foi fazer uma análise das ações e atividades desenvolvidas, e de como foi o comportamento e a atuação diante da pandemia da Covid-19. Destacou-se também as dificuldades enfrentadas pelos militantes.

O Pe. Edilberto Sena iniciou o encontro fazendo uma panorama de como está a conjuntura local, a partir do que está acontecendo no mundo, e como isso atinge o tapajós. Ainda segundo Pe. Edilberto, é urgente a ampliação do número de militantes, além de fazer a junção com outras entidades para buscar um objetivo comum, pois os coletivos que existem na cidade militam apenas por causa individuais. É preciso pensar no coletivo, se  realmente queremos salvar o território. 


Após os atos iniciais ficou aberto aos participantes apresentarem o seu olhar de como está a situação da região. 

Adelmo Wendel, citou o desastre que é o governo federal na atualidade,  e que isso influencia  aqui para a região, onde o governo municipal segue o que é aplicado a nível nacional. Para ele, a juventude pode se unir e lutar para defender seu território.

Johnson Portela, citou as lutas sociais do passado, e que nosso pensamento é novo, e que se não for pensado da base, pode não dar certo. Isso por que as lutas estão divididas, e não se coloca que realmente o protagonismo tem que ser o meio ambiente. A causa é ambiental.

Carlos Alves, falou da luta social em Santarém que tem sido fraca, por isso estamos patinado nas próprias lutas. Um exemplo foi o não impedimento da orla do maracanã, além de outras, pois os movimentos não souberam se organizar. Com isso pode-se imaginar, que se não estamos parando obras pequenas e locais, é preciso saber o que fazer para não continuar perdendo. Como agir e quais caminhos seguir para barrar essas obras e como atuar nesses conflitos.

Neida começou falando que é preciso ver dentro dos próprios coletivos. Segundo ela, a juventude da região precisa de um apoio dos coletivos que já existem. É preciso fortalecer a base, pois os grandes empreendimentos chegam no povo com facilidade.

Daniela Pantoja, trouxe sua própria realidade evangélica, pois a sua igreja está completamente iludida. Já trazendo pros movimentos, ela citou a iniciativa do coletivo puxirum que surgiu da romaria da juventude e trouxe uma nova proposta nas eleições municipais. 

Lucidalva começou falando que tudo está interligado. Lembrou das críticas que recebiam quando iam poucas pessoas para as ruas em busca de alguma luta. É preciso trabalhar em conjunto.

Valéria falou da preocupação com a integração. É preciso unir os movimentos para realmente conquistar um resultado maior. Os movimentos e entidades já se uniram várias vezes, mas depois cada um fica no seu cantinho. Só continua tendo lutas pontuais e não coletiva.

Concluindo o panorama, Isabel Cristina falou da expectativa de vencer a eleição municipal contra o atual prefeito, que não se concretizou. Com isso pensar em como barrar agora os grandes empreendimentos cotados para vir para Santarém. Segundo ela, os movimentos estão debilitados, e que as organizações urbanas estão fragilizadas, pior que os movimentos. Não conseguimos barrar algumas obras. 

Após as falas, os militantes debateram e procuraram alternativas que possam contribui para o fortalecimento da luta em defesa do território. Além de pontuar problemas a partir da visão dos membroa, o debate serviu para buscar soluções de como unificar a luta, além de fortalecer o diálogo com os diversos movimentos e grupos que lutam por uma causa.

Percebeu-se também que dentro do próprio MTV existem lacunas que precisam ser solucionadas, além de compreender o por que isso ainda acontece. O encontro avaliativo não foi feito apenas para procurar fallhas nas lutas sociais, mas para encontrar soluções que fortaleçam a luta em defesa do território,  além de usar as alternativas que tem dado certo para somar a luta. 
Agora ainda o desafio ficou maior devido a pandemia, que deve-se procurar novas metodologias obedecendo este novo cenário. 

A ideia também é buscar entender o por que o diálogo entre o próprio movimento e outras entidades não se fortalecemem busca do obejtivo comum que é preservar o meio ambiente, principalmente barrar grandes projetos ao território do Tapajós.  Em contrapartida apresentar alternativas sustentáveis que não destruam o meio ambiente e tragam qualidade de vida. 

É importante ressaltar que os movimentos de defesa do Tapajós não são contrao desenvolvimento, mas que ele ocorra com o diálogo com o povo que será diretamente afetado, e assim encontrar soluções que desenvolvam a região,  mas que acima de tudo não destruam o meio ambiente.  É ser contrário a grandes projetos com impactos gigantescos, apresentado novas alternativas sustentáveis, como exemplo o Projeto Tapajós Solar que traz uma energia limpa e sustentável,  conscientiza as populações,  sem a necessidade de grandez barramentos que destruiriam toda uma história. 
 

 

 



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