Em 2019, o Projeto Tapajós Solar, iniciava a instalação das primeiras placas solares, e o espaço escolhido foi a sede do GDA/CEAPAC, na cidade de Santarém, região oeste do Pará.
O Movimento Tapajós Vivo (MTV), criado no ano de 2009, é uma entidade, e acima de tudo, é um coletivo organizado através da união de militantes da sociedade civil que lutam pela soberania dos povos da Amazônia, em especial na bacia do Tapajós.
Em
outubro de 2019, o Projeto Tapajós Solar, iniciava a instalação das primeiras
placas solares, e o espaço escolhido para receber o pontapé inicial desse sonho
foi a sede do Grupo de Defesa da Amazônia (GDA) e o Centro de Apoio a Projetos
de Ação Comunitária (CEAPAC), na cidade de Santarém, região oeste do Pará.
O prédio do GDA/Ceapac é utilizado para ações coletivas dos movimentos e organizações populares e sociais da região, e por isso seria o espaço ideal para receber o inicio do Projeto Tapajós Solar, como conta Pe. Edilberto Sena, integrante do MTV:
“A minha preocupação, como eu sou um dos que
participou na época da fundação desta casa e ela foi construída para ser um
espaço do movimento popular da região, então para fazer economia de gasto com
energia. E antes de ter o Projeto Tapajós Solar, eu já sonhava em a gente
consegui algum recurso para instalar energia solar no prédio. Com isso, prestar
um serviço a todos os movimentos que usam o prédio, e foi esse o motivo
principal. E de repente, o projeto de energia solar do MTV surgiu, e então eu
sugeri que eu gostaria que o primeiro espaço a ser instalado seja o prédio de
uso comum dos movimentos sociais, foi essa a razão...”
Vale
ressaltar que a produção de energia na região ainda é baseada em óleo diesel e
hidrelétricas de grandes impactos socioambientais. O projeto tornou-se uma
alternativa de promover o uso de energia solar descentralizada na bacia do
Tapajós visando mudanças na matriz energética no sentido de evitar a
implantação de novas barragens.
O
Projeto Tapajós Solar é coordenado pelo Movimento Tapajós Vivo em parceria com
o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental e Cáritas Brasileira, com
apoio da Misereor.
RELATÓRIO
DA GERAÇÃO SOLAR DE ENERGIA ELÉTRICA – GDA/CEAPAC
Segundo dados da Brasolare, empresa responsável pela instalação e monitoramento do uso de energia solar no GDA/Ceapac, desde que iniciou a geração de energia solar, o prédio já apresentou grande avanço econômico. Através de um aplicativo é possível acompanhar o desempenho e quais benefícios a energia solar trás não somente para o espaço, mas para o meio ambiente. Só no primeiro ano de instalação, o projeto já reduziu 4466.3 Kg de Dióxido de Carbono; já salvou 1791.9 Kg de Carvão e reduziu o desmatamento de 246 Àrvores. Em Janeiro de 2021, teve economia de 254,80, com desempenho de 106,73%. Veja nas imagens a seguir:
O
QUE É O GDA?
O Grupo de Defesa da Amazônia (GDA) é
a primeira organização não governamental, de cunho ambiental do Oeste Paraense,
fundada em 1978 por lideranças do movimento sindical, popular e eclesial, com
sede em Santarém, Pará.
A partir de 1979, o GDA começou a realizar
debates a partir dos eventos como: Semana da Amazônia; Semana dos Povos
Indígenas; Semana do Meio Ambiente.
Em 1987 o GDA, em parceira com o
IBRADES/RJ- Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social, começou
a realizar o Curso de Realidade Amazônica e Brasileira para líderes de
entidades, movimento popular e sindical do Baixo Amazonas. Esse trabalho de
capacitação de lideranças ganhou notoriedade pela sua importância para a região
e contribuição direta na qualificação de recursos humanos às organizações da
sociedade civil Baixo Amazonense.
No final da década de 80, o GDA
passou a fazer os primeiros trabalhos de educação Ambiental Informal junto às
organizações de trabalhadores rurais e urbanos do município de Santarém. Esse
trabalho de educação ambiental é desenvolvido até hoje e já valeu a entidade o
reconhecimento pelo poder público municipal, o caráter de “Entidade de
Utilidade Pública” pela Lei n.º 15.947/97 de 06 de junho, possui cadastro no
CNEA/MMA (Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas do Ministério do Meio
Ambiente).
Em 1990, o GDA adquiriu personalidade jurídica e passou a atuar de maneira mais sistemática face a realidade local.
O
QUE É CEAPAC?
O
Centro de Apoio a Projetos de Ação Comunitária (CEAPAC) é uma organização da
sociedade civil constituída na forma de associação e sem fins lucrativos. Os
eixos principais de sua atuação junto ás comunidades e organizações de pequenos
produtores, artesãos e agroextrativistas são: a agroecologia, o associativismo
e cooperativismo e o acesso a mercados. Articulado a outros atores locais e
parceiros importantes, desenvolve suas ações através de projetos que visam o
investimento para a melhoria de renda das famílias envolvidas e o
desenvolvimento local de forma integrada e sustentável. Os fundamentos da
metodologia de trabalho do CEAPAC parte do acompanhamento pedagógico, a
assistência técnica, o monitoramento e a gestão coletiva com foco em toda a
cadeira produtiva.
Missão:
Trabalhar a formação para a vida comunitária e Agroecologia, contribuindo para
a melhoria de renda dos envolvidos na produção familiar, através de um modelo
de educação popular que os ajude a serem sujeitos de transformação social.
Objetivos: Apoiar
a diversificação da produção familiar e demais práticas agroecológicas viáveis
para a região; Estimular o processo coletivo de uso dos meios de produção e
comercialização da produção familiar no campo e na cidade;
Facilitar
a assessorar toda e qualquer forma de agrupamento de produtores ligados à
produção familiar; Incentivar práticas que venham fomentar a Educação
Ambiental, garantindo um modelo sustentável de produção agrícola com base na
família;
Contribuir
para a melhoria da qualidade de vida e da renda dos beneficiários, através de estudo,
capacitação, assistência técnica à produção familiar, e apoio a projetos de
ação comunitária; Defender interesses difusos dos cidadãos.
Histórico: o
CEAPAC foi fundado em 1983 e, embora legalizado apenas em 1990, desde a sua
origem teve sua atuação direcionada ao fortalecimento organizacional, à
capacitação de lideranças e à promoção de experiências produtivas sustentáveis,
promovendo a Agroecologia, o Associativismo e a Cidadania como bases para o
desenvolvimento regional. Durante esses anos, sua intervenção sempre foi
direcionada a públicos rurais, especialmente grupos e associações de pequenos
produtores rurais e agroextrativistas, destacando-se o trabalho com sistemas
agroflorestais, o consórcio de culturas para o melhor aproveitamento das áreas,
o manejo florestal comunitário, o apoio ao desenvolvimento de peças artesanais,
a meliponicultura e a apicultura, entre outros.
Instituições
já beneficiadas com o Projeto Tapajós solar.
·
Unidade do Grupo em Defesa da Amazônia (GDA) / Centro de
apoio à projetos de ação comunitária (Ceapac), em Santarém, estado do Pará.
·
Unidade Espaço
Mãe Natureza, em Santarém, estado do Pará.
·
Unidade Sede dos
Sindicatos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de Santarém (STTR), em Santarém,
estado do Pará.
·
Centro de Formação Chico Roque/STTR. Área rural de
Santarém, estado do Pará.
·
Unidade de bombeamento de água da Comunidade de São
Domingos, Na Flona Tapajós, Belterra, estado do Pará.
·
Unidade de bombeamento de água da Comunidade de Maguari,
Na Flona Tapajos, Belterra, estado do Pará.
·
Unidade de bombeamento de água da Comunidade de Jamaraquá,
Na Flona Tapajós, Belterra, estado do Pará.
·
Unidade da Casa Familiar Rural de Belterra, Área rural
de Belterra, estado do Pará.
·
Unidade Paróquia de Santa Maria, Área Rural de Santarém,
estado do Pará.
·
Unidade da Pastoral do menor núcleo Mapiri, Santarém,
estado do Pará.
·
Unidade da Pastoral do menor núcleo Elcione Barbalho,
Santarém, estado do Pará.
·
Unidade do CENTRO DE ESTUDO PESQ FORM DOS TRAB DO BAIXO
AMAZONAS - CEFTBAM, Santarém, estado do Pará.
·
Unidade Sede do Conselho Indígena Tapajos/Arapiuns
(CITA), Santarém, estado do Pará.
Fontes:
Arquivo Movimento Tapajós Vivo; Facebook GDA; Site CEAPAC; Empresa Brasolare/Santarém.
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